
Kumi na Mbili (12e) Konferénsia Panafrikanu di Lisboa (Portugal)
A 12ª KPL celebra o centenário do nascimento de Amílcar Cabral e o cinquentenário das independências, reunindo diversas organizações que compõem o Atlântico Panafricano, para reflectir, para além dos contextos locais e nacionais, sobre a reconstrução de uma África global.
Partindo de uma perspectiva científica panafricanista, crítica, interessa-nos discutir as “armas da teoria”, capazes de garantir a nossa autodeterminação, direito à terra, soberania popular e a abolição da colonialidade.
Entendemos a reconstrução como um processo de ruptura e renascimento, marcado pela dialéctica abolição-construção. Desde as primeiras revoltas contra as invasões europeias, passando pela Revolução Ayitiana, os quilombos, as lutas pelas independências e, mais recentemente, as mobilizações contra o imperialismo, o continente africano tem estado na vanguarda dos processos globais de reconstrução.
A África global é aqui compreendida em toda a sua totalidade, englobando as diásporas. Um dos maiores desafios do panafricanismo tem sido o “remembramento” deste vasto território-mundo e a sua transformação numa federação de “zonas libertadas” que rompem com o berlinismo. Trata-se de um processo que exige pensar formas de unidade mais estratégicas, consequentes e orgânicas.
Como dizia Cabral, « para lutar é preciso unidade, mas para ter unidade também é preciso lutar ». A unidade é o meio necessário para derrotar o neocolonialismo e reconstruir nossas terras.
Na mesma linha, acreditamos que as independências foram apenas uma fase das lutas de libertação. Hoje, é ainda urgente continuar a luta contra todas as formas de neocolonialismo.
As mobilizações sociais em todo o Sahel contra o imperialismo francês e americano, a denúncia das bases militares estrangeiras, e a luta contra a tirania e o extrativismo por parte de instituições internacionais — financeiras e outras — são exemplos da existência de uma massa crítica popular africana potente, com real capacidade de ação.
Por outro lado, há uma crescente consciencialização sobre a necessidade de articular as lutas da diáspora com as do continente africano.
Com a participação do @mfpa.kv de Cabo Verde, @territorioafrikano_ucpa do Brasil, @liguepanafricaineumoja presente em vários territórios da África global, @nossa.fonte , @casadaculturadaguinebissau e das @bandeirinhas_panafrikanista , organizações que têm trabalhado na construção desta “África que queremos”, a 12ª Conferência Panafricana de Lisboa visa reflectir sobre formas mais concretas de alcançar a unidade.
Abolir todas as formas de opressão e exploração e promover o renascimento global de África — neste futuro que é já hoje! Eis a missão da nossa geração